João 3.29–30: “A noiva pertence ao noivo. O amigo que presta serviço ao noivo, que o atende e o ouve, enche-se de alegria quando ouve a voz do noivo. Esta é a minha alegria, que agora se completa. É necessário que Ele cresça, e que eu diminua.”
Se há algo precioso para nós, Batistas, é a unidade. Mas precisamos lembrar: verdadeira unidade não nasce de estruturas, reuniões ou agendas. Ela só se sustenta quando todos têm um mesmo foco — Cristo.
João Batista nos ensina isso de forma extraordinária. Sua vida não girava em torno de si, mas do Messias. Ele não buscou fama, poder ou prestígio. Sua alegria era ver Cristo conhecido, e não o seu nome exaltado.
Deste texto aprendemos três lições preciosas:
1. Unidade nasce de um propósito claro
João tinha consciência de sua missão: preparar o caminho para o Salvador. Ele não competia, não se comparava, não se promovia.
Aqui surge uma grande tentação no coração de todo cristão: não entendermos que nosso propósito é apontar para Alguém maior do que nós. É usarmos de onde Deus nos plantou para promovermos a nós e não Cristo.
Quando entendemos que nossa tarefa é apontar para Cristo e não para nós mesmos, a unidade floresce naturalmente.
2. Humildade fortalece a unidade – “É necessário que Ele cresça, e que eu diminua.”
Unidade não significa ausência de diferenças, mas disposição humilde de colocar Cristo em primeiro lugar. O que aconteceria se cada cristão dissesse: “Cristo primeiro, eu depois?”.
Não se trata de apagar nossa voz ou valor, mas de garantir que Cristo seja o centro de tudo o que fazemos.
3. Foco em Cristo gera frutos eternos
João não se entristeceu com a chegada de Jesus; ele celebrou. Seu maior título foi ser “amigo do noivo”, aquele que se alegrava ao ouvir sua voz. Quando Cristo é o centro, o Reino cresce, a igreja se fortalece e os frutos permanecem.
A grandeza de João estava em apontar para alguém maior. Ele viveu no anonimato, mas foi chamado por Jesus de “o maior entre os nascidos de mulher” (Mt 11.11). Ainda assim, lembrava: “Não sou digno de desamarrar as correias de suas sandálias” (Jo 1.27).
A verdadeira glória não está em sermos lembrados, mas em fazer Cristo conhecido. Que nossa oração seja a de João: “Que Ele cresça, e que eu diminua.” E, no fim, que possamos ouvir: “Muito bem, servo bom e fiel… entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25.21).
CONCLUSÃO
Aprendemos com João Batista que a verdadeira unidade da igreja só floresce quando todos têm um propósito claro: apontar para Cristo; quando cultivamos humildade, reconhecendo que Ele deve crescer e nós devemos diminuir; e quando mantemos nosso foco no Senhor, colhendo frutos que permanecem para a eternidade. Assim, nossa alegria não estará em títulos, posições ou reconhecimentos, mas em ver Cristo exaltado no meio do Seu povo.
Que esse seja o nosso compromisso: viver para que o nome de Jesus seja engrandecido acima de tudo. Pois, quando Ele é o centro, a igreja permanece firme, unida e frutífera para a glória de Deus.
Pr. Ismael Arêdes, é casado com Eilan Rodrigues, pai do Estevão. Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Pós-graduado em Filosofia. Pós-graduado em Gestão de negócios e pessoas. Pós-graduado em Terapia Cognitivo-Comportamental. É pastor na Igreja Batista Palmeiras desde dezembro de 2018.
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